O vereador Genilson Costa (SD) usou a tribuna da Câmara Municipal de Boa Vista na manhã desta terça-feira (19) para se pronunciar sobre a denúncia do Ministério Público de Roraima contra ele por tráfico e associação para o tráfico de drogas.
Na oportunidade, o parlamentar negou as acusações e ressaltou não ter recebido dinheiro de tráfico para apoio nas eleições da mesa diretora da Casa Legislativa. É que, segundo a denúncia, R$ 1,5 milhão provenientes da venda de drogas seria destinado a Genilson.
“Meu sigilo bancária está à disposição da Justiça e, ao mesmo tempo, afirmo categoricamente que não existe provas acerca do recebimento dessa quantia”, disse.
O presidente da Câmara Municipal aproveitou ainda para argumentar sobre algumas provas apresentadas na denúncia do Ministério Público, como prints de conversas de outros investigados. “O próprio Ministério Público chegou nessa hipotética conclusão valendo-se de um print de uma conversa extraída de um celular de terceiros. Eu sequer fiz parte dessa conversa. Não participei da conversa e não tinha conhecimento dessa suposta intenção de terceiros”, disse.
Parte dos vereadores também usaram a palavra para defender o presidente da Câmara Municipal de Boa Vista.
Entenda
O Ministério Público de Roraima denunciou o vereador Genilson Costa (SD) por tráfico e associação para o tráfico de drogas. O presidente da Câmara Municipal e mais sete pessoas foram alvos da Operação Tânatos, deflagrado pela Polícia Federal em abril de 2022. O parlamentar é suspeito de disponibilizar veículos para o transporte de entorpecentes.
As investigações iniciaram em dezembro de 2020 quando houve a prisão de um dos denunciados na entrada de Boa Vista. Com ele, havia mais de 50 kg de skunk avaliados em cerca de R$ 5 milhões.
Após análise de aparelhos celulares, a PF verificou que para realizar a logística de compra, transporte, venda, assim como recebimento de altos valores, o suspeito preso em flagrante estava associado a mais sete homens, entre eles, o presidente da Câmara Municipal, Genilson Costa.
Em uma das conversas, um dos denunciados afirmou que R$ 1,5 milhão do valor proveniente da droga seria destinado ao parlamentar “para ajudar na briga pela mesa”. A mensagem faz menção à disputa pela mesa diretora da Câmara Municipal à época. A reportagem teve acesso com exclusividade ao documento da denúncia, que mostra o diálogo transcrito.
Conforme a denúncia, mesmo após a prisão do homem que transportou o carregamento de droga, o grupo criminoso continuou a atuar na venda de entorpecentes em Roraima, inclusive, com negociações realizadas dentro do gabinete do vereador na Câmara Municipal de Boa Vista.
Após a Justiça acatar a denúncia do Ministério Público, os oito denunciados terão então dez dias para apresentar a defesa.
Operação Tânatos
A Polícia Federal iniciou a operação Tânatos em 2020 para investigar uma organização criminosa por tráfico de drogas após a prisão de um dos integrantes.
De acordo com investigações, o grupo seria responsável pelo envio de drogas vindas do Amazonas que abasteciam o mercado ilícito de Roraima.
Além disso, há indícios da participação de um piloto de avião conhecido por prestar serviços ilegais em regiões de garimpo no estado.
Fonte: Da Redação