O Roraima em Tempo recebeu uma série de denúncias de pais e alunos inconformados com a atual situação da Escola Estadual Euclides da Cunha, umas das mais antigas unidades de ensino do Estado, com 74 anos de existência.
Conforme a denúncia, os problemas vão desde superlotação à falta de livros didáticos, cadeiras e centrais de ar defeituosas. Uma mãe, que preferiu não se identificar, afirmou que houve a decisão de implementar novas salas de aulas sem infraestrutura adequada para comportar mais alunos, o que, para ela, foi irresponsável.
“A secretária adjunta tomou a decisão de implementar novas salas de aula, mesmo sem a mínima infraestrutura necessária. As salas não possuem cadeiras suficientes para os alunos e, ainda assim, foi afirmado que a implementação era viável. Além disso, os sistemas de climatização não funcionam corretamente, tornando o ambiente inadequado para o aprendizado. Outro problema grave é a falta de livros didáticos. Alguns alunos já foram informados de que não há material suficiente para todos, e no ano passado, muitos ficaram sem livros para estudar em casa”, relatou.
Segundo a mulher, os professores da unidade chegaram a questionar a situação, mas não tiveram retorno. “Essa decisão irresponsável compromete diretamente a qualidade da educação e desrespeita os direitos dos estudantes. Exijo providências imediatas das autoridades competentes”, enfatizou.
Superlotação
O ano letivo 2025 da rede estadual de ensino iniciou na semana passada. Uma aluna que estuda há quatro anos na Escola Euclides da Cunha afirma ter ficado surpresa ao chegar no local e se deparar com uma lista de 40 pessoas estudando na mesma sala.
“Quando a gente chegou na sala de aula, simplesmente, tinham 40 alunos na lista. Até o professor ficou surpreso e chateado porque é complicado dar aulas para essa quantidade de estudantes. É meio impossível, porque já é difícil com 27, que é a quantidade mínima. Os alunos tiram a atenção”, disse a aluna, que preferiu não se identificar.
A estudante ainda complementa. “Têm muitos alunos que estão sem sala porque não tem cadeira. Na sala que eu estava, inclusive, trocaram a gente, porque estava muito quente. Tem central de ar, mas não funciona e tínhamos que ficar com as janelas abertas. Na escola tem as salas de xadrez, fanfarra e informática e eles vão desocupar essas salas que são para esses fundamentos para colocar mais alunos lá dentro”, contou.
Frustração
Preocupada com as problemáticas estruturais da unidade, a estudante pede que a gestão escolar tenha mais zelo pela escola, que já é considerada patrimônio histórico de Roraima.
“Eu queria que fosse uma coisa mais leve, sabe? Não queria que a gente estivesse passando por esse transtorno, porque é meu último ano na escola. Estarei estudando com meus amigos que cresceram comigo, e eu queria que a escola trouxesse conforto, mais acolhimento. Que eles olhassem para a escola com mais carinho, porque o GEC tem 74 anos e é uma escola que é patrimônio público. Nós, alunos, temos apreço pela escola porque crescemos nela, e ver as condições que ela está é muito frustrante, chato e a gente não queria estar passando por isso”, disse a aluna.
Apelo dos pais
Uma outra mãe, também insatisfeita com as condições da unidade, apela para que a Secretaria de Estado da Educação (Seed) tomem providencias acerca das decisões, que podem prejudicar o desempenho dos estudantes.
“Para mim, sinceramente, é uma falta de respeito com os alunos, pais, cidadãos que pagam seus impostos, ver seus filhos numa situação dessas, numa sala de aula completamente impedido de desenvolver seu aprendizado. Então o meu pedido e meu clamor a Secretária de Educação, Secretária Adjunta, inclusive, para o senhor governador, que eles possam ter um olhar melhor para a educação porque os alunos são o futuro do país, pois a educação transforma pessoas”, reforçou.
O que diz a Seed
Em nota, a Secretaria de Estado da Educação (Seed) informou que em relação às merendeiras, os profissionais já foram contratados e encaminhados para a Escola Euclides da Cunha.
Esclareceu ainda que a centrais de ar estão funcionando, porém, devido à sobrecarga no sistema de geração de energia, ocorre o desligamento temporário de alguns aparelhos. Equipes da Seed já estiveram no local para avaliações e uma empresa irá trabalhar na escola no fim de semana para solucionar a demanda.
Em relação ao remanejamento de salas, a Pasta afirmou que a gestão da escola tem autonomia para reorganizar os ambientes educacionais, de forma a priorizar a aprendizagem dos estudantes.
Por fim, sobre os livros didáticos, informou que existe o Programa Nacional do Livro Didático. Os mesmos são enviados pelo Ministério da Educação pelos Correios direto para as escolas, conforme o número de alunos informado no Censo Escolar.
Fonte: Da Redação